INTRODUÇÃO
Este miniprojeto preliminar tem como objetivo principal a busca incessante de recursos que venham atender as necessidades prementes de estudantes adultos com deficiência auditiva, cognominados de “surdos”, do ensino superior.
A “Inclusão” escolar requer a observação contínua e um currículo adequado para adultos surdos. Faz-se necessário a busca incessante de recursos que venham estimular o interesse dos estudantes pelo aprendizado.
Analisaremos os recursos que podem ser utilizados no currículo em uma sala de aula com alunos com deficiências auditivas de graus diferentes até a surdez total e alunos com alto rendimentos. A idade de ambos entre 18 e 45 anos e a disciplina em pauta a “Matemática Financeira Avançada”.
Falaremos a seguir sobre a Linguagem e a Educação de Surdos:
Desde os primórdios da humanidade o homem faz da linguagem o seu ferramental de comunicação. Existem problemas que podem afetar totalmente ou parcialmente a capacidade auditiva. Estes problemas começaram a serem discutidos no Brasil por volta de 1885.
Geralmente o surdo é incapaz, parcialmente ou totalmente, por problemas que o afetaram no aparelho auditivo. Os estudos realizados no Brasil, nos anos 80, sobre a deficiência auditiva deram início a uma segunda língua “A Linguagem por Sinais”. 2
O acesso dos deficientes auditivos à língua de sinais, o mais cedo que for possível, é de suma importância uma vez que a dificuldade que possuem em desenvolver a linguagem oral, em seus primeiros anos, interfere em seu desenvolvimento emocional, mental e na sua “Interação Social”.
O ferramental “Linguagem por Sinais” aumenta a capacidade do deficiente auditivo para adquirir, ou poder entender, a linguagem oral; trata-se de uma segunda língua tornando o deficiente auditivo bilíngue.
Simplesmente garantir o acesso de um deficiente auditivo a sala de aula normalmente não é o suficiente. Para a inclusão há necessidade de acompanhamento adequado de professores que conheçam métodos e técnicas para a realização de um trabalho continuo.
“Segundo Segala (2009) estar incluído significa sentir-se parte do mundo, compartilhar o mundo do outro, poder adentrar-se nele”.
Não há solução satisfatória somente com a “Integração” e a “Inclusão Social”
também é diferente da “Inclusão Pedagógica”. Os casos necessários de “Inclusão” aumentam em progressão geométrica; as escolas regulares precisam apreender a lidar e buscar soluções para esses desafios; a sociedade como um todo precisa ajudar.
A sociedade como um todo, diretores, professores e funcionários da instituição de ensino devem estar preparados para oferecer aos estudantes portadores de deficiências um local com acessos adequados, materiais curriculares pedagógicos que atendam às necessidades desses alunos.
Como o professor deve apresentar aos alunos, portadores de deficiências auditivas e com altos rendimentos, conteúdos que atendam às necessidades e exigências de ambos?
O desafio existe, mas não é uma meta impossível de ser atingida.
É de responsabilidade, também, do professor, um contato preliminar com os estudantes com restrições auditivas, com a participação dos estudantes com altos rendimentos e com um professor de “Libras” e “Linguagem Labial”, para conhecer suas necessidades e capacidades que facilitarão sobremaneira a elaboração do conteúdo curricular corroborando para que não esteja além da capacidade dos mesmos absorverem e nem aquém.
Trabalhar com atividades práticas, com conteúdo concreto, possíveis de serem
comprovados, e atividades lúdicas beneficiará a todos os estudantes, portadores ou não de alguma deficiência.
O trabalho prático contempla a toda as necessidades de aprendizado, reforçando a coerência do conteúdo teórico.
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A formatação do currículo para atender aos alunos com deficiências e aos alunos superdotados será fundamental para a “Inclusão”.
Os estudantes de “Inclusão” devem ser acompanhados para certificarmos que os mesmos estão absorvendo o conteúdo e que a escola está fazendo o seu papel de prepará-los também para a vida.
Devemos evitar que profissionais de ensino saiam da faculdade e assumam posições sem ter a mínima noção de como lidar com a “Inclusão” e acabam adoecendo psicofisicamente, pois só evidenciaram isso na teoria.
O objetivo necessário só será atingido quando a família, as instituições de ensino e a sociedade, como um todo, estiverem engajados e ciente de suas responsabilidades com a “Integração”.
Os profissionais da educação têm uma tarefa de contribuir para a construção de uma Faculdade que valorize os potenciais individuais e trabalhe com as diferenças promovendo o crescimento de todos os estudantes.
Antes de iniciar a procura de recursos que seriam utilizados em sala de aula me
preocupei em saber se a falta de recursos não prejudicaria a evolução do projeto;
procurei também saber como os alunos com deficiências auditivas se comunicavam fora do ambiente da sala de aula.
O segundo passo foi levantar as ferramentas disponíveis que a evolução tecnológica, na área de “TI”, me permitia atingir a “Interação” entre o aluno com deficiências auditivas, os alunos com altos rendimentos (com habilidades de aprendizado acima da média) e o mediador (educador).
Constatei que todos os recursos de comunicação, oral, visual e escrita, quando
utilizados por educadores com capacidade de detectar as necessidades prementes dos deficientes auditivos, podem ser utilizados em sala de aula para que se atinja o objetivo desejado, a “Interação”.
Alguns dos Recursos Disponíveis:
Inicialmente devemos afirmar que o posicionamento do educador, se preocupando em olhar na direção dos alunos surdos, é fundamental para as suas “Interações”. É também fundamental a presença de um professor assistente, em sala de aula, especializado em “Libras” (linguagem de sinais).
A participação dos alunos superdotados na comunicação com seus colegas surdos é fundamental; cabe ao educador deixar claro que a interação entre os alunos, surdos ou não, trará benefícios para todos, uma vez que a linguagem de sinais e a leitura labial poderão despertar, em todos, a necessidade de aprendermos a conviver com as diferenças e conseguir vencer as dificuldades que a vida nos impõe.
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A ausência da audição total ou parcial desses alunos nos impele a usar recursos visuais que possam ser traduzidos pela linguagem escrita e vice e versa.
Quadro Branco com Pincel: o educador deve se preocupar em escrever com detalhes o ensinamento oral que está tentando passar para os alunos.
Data Show: o uso das projeções coloridas e de games motiva o aprendizado. É
importante que o educador se preocupe em colocar nos banners projetados a linguagem escrita que relate fielmente sua linguagem oral.
Vídeo Aula: A gravação de um vídeo aula com banners, que são projetados para
reproduzir em linguagem escrita a linguagem oral transmitida pelo educador, é um ferramental que interage todos os alunos, de uma sala de aula, deficientes ou não.
https://www.google.com.br/search?q=GIFS+de+uma+Vídeo+aula+de+aritmética+gratis+e+animado&tbm=
Telefone para Deficientes Auditivos: Atualmente uma empresa de telefonia está disponibilizando, aos seus clientes, um serviço para quem quiser se comunicar com um deficiente auditivo.
O esquema é simples e o serviço é gratuito; para acessar a Central de Intermediação e Comunicação (CIC) o utilizador do serviço deverá ligar para o número 142 do seu telefone, disponibilizado por essa empresa de telefonia, e informar ao atendente o número do aparelho TDD (específico para deficientes auditivos ou de fala) para o qual deseja se comunicar.
Será digitalizado um texto para o deficiente auditivo através do TDD; o deficiente receberá a mensagem e deverá respondê-la também em forma de texto; o atendente repassará a mensagem para o utilizador do sistema.
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https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+celular&oq=imagem+de+celular&aq
s=chrome.0.69i59j0l5.7154j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8
Jornal: A leitura de um jornal pelos estudantes, surdo ou não, com o acompanhamento do texto pelos demais participantes contribuiu sobremaneira para a “Inclusão”. Desta feita estamos evoluindo de um estado total de “Segregação” para “Integração” cujo objetivo final é a “Inclusão”.
Dicionário com Temas Ilustrados: Uso de Palavras, Sinais de Libra, Conceitos, Ideias e Gifs Animados.
O uso dos recursos citados, a disposição correta, em sala de aula, de professores e alunos, a comunicação oral clara e espontânea, usando um tom adequado para todos os alunos, os recursos usados e desenvolvidos em “Libras”, tudo isso contribuiu para que a comunicação visual, dos deficientes auditivos, através de “Libras“ Língua Portuguesa”” e da (escrita), completou a necessidade desses alunos especiais.
O uso desse Dicionário em “Libras” possibilita o desenvolvimento da linguagem, a inclusão social, uma visão diferente da realidade, novas experiências e também o crescimento da autoestima. Trata-se do crescimento de todos através da comunicação e troca de conhecimentos.
NOME DO ALUNO: E.J.B.
IDADE: 18 ANOS
SÉRIE: 1º SEMESTRE DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESA
PROFESSOR: EP
Expectativas Traçadas p/ o Bimestre Expectativas Alcançadas no Bimestre
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-Comunicar-se com o professor explicando o que entendeu sobre as
atividades e conteúdos e relatar suas dificuldades encontradas.
-Escrever o nome completo;
- Calcular a valor dos juros ganhos com a aplicação de um capital, em um
determinado prazo e a uma taxa de juros pré-estabelecida.
- Calcular o valor do desconto de uma duplicata, apresentada ao banco para
desconto simples, antes de seu vencimento, com auxílio de material
concreto;
Com o posicionamento adequado, em sala de aula, o professor, sempre de frente para os alunos surdos, utilizou-se da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) e da Leitura Labial: comunicou-se com os alunos, com a participação dos alunos “normais”. Presença do Professor De Libras.
Com o uso do Quadro Branco o professor pediu para os estudantes escreverem
seus nomes. A linguagem oral sempre coincidindo com a Linguagem Escrita na
lousa.
Com o auxílio de Data Show o professor apresentou vários banners com a fórmula do cálculo de juros (exemplo passo a passo no conteúdo texto anexo). Os alunos participaram lendo os resultados apresentados. Os alunos com deficiências auditivas liam o valor do capital aplicado e os alunos “normais” o prazo do investimento, sempre na sequência.
Vários exemplos foram resolvidos.
Com o auxílio do Dicionário em “Libras” e do quadro Branco foram realizadas
operações de desconto de títulos com a participação dos alunos. O professor
auxiliar de “Libras” propunha um valor de duplicata a ser descontada, seu prazo de vencimento e a taxa de juros de desconto cobrada e o educador perguntava o resultado aos alunos e escrevia na lousa.
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- Calcular o valor, creditado em conta corrente do cliente de um banco de uma
duplicata apresentada para desconto, com o auxílio de material concreto;
- Relacionar as atividades cotidianas do dia.
-Recontar histórias conhecidas com coerência, utilizando material de apoio.
Tirar dúvidas
Com o auxílio do Dicionário em “Libras” e do quadro Branco foram realizadas
operações de desconto de títulos, com a participação dos alunos.
O professor auxiliar de “Libras” propunha um desconto de títulos e o educador perguntava o resultado aos alunos e escrevia na lousa.
Com o auxílio de telefones para deficientes auditivos, os alunos com
capacidades especiais ligavam para a central da empresa de telefonia e dava o
número do telefone dos alunos deficientes auditivos.
A central digitava um texto e enviava para os alunos deficientes.
Esse sistema ajudou a interação dos alunos e dos professores.
Com o auxílio de um jornal, de “libras” e de “Leitura Labial” o educador pedia para que cada aluno lesse um trecho de uma história e comentasse com seu colega.
O educador participava dando a sua colaboração.
Bimestralmente realizava-se uma Web conferência com a participação de
todos os estudantes, com deficiência auditiva ou não. O educador, com a
presença de um professor de libras, passava um Power point com a escrita
exata do que ia falando, sempre de frente para a câmara. Os estudantes interagiam com os colegas e o professor, tirando dúvidas.
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-Resumo do “Bimestre”
Tirando dúvidas e trocando conhecimentos, todos evoluíram com esse ferramental.
O professor apresenta aos alunos, através de uma “Vídeo Aula” que havia preparado, um resumo de tudo que foi apresentado no Bimestre e pede as suas opiniões.
A “Interação” entre os alunos e professores nos leva a afirmar que a
“Inclusão”, o objetivo meta, estava sendo atingido.
Considerações:
Entendemos que com o desenvolvimento deste mine projeto pudemos dar uma pequena colaboração com o processo de “Inclusão” dos deficientes auditivos em sala de aula.
Estimulando-se a capacidade visual desses estudantes com certeza será compensado à deficiência auditiva parcial ou total. Todos os envolvidos, alunos, professores e auxiliares do trabalho docente devem ser incentivados a praticarem a parceria colaborativa.
Bibliografia:
Martínez Sánchez, F. (1991). Fundamentos pedagógicos de los Medios audiovisuales en la educación. In Las Nuevas tecnologias em la Educacion. Santander. ICE de la
Universidad de Cantabria. 115-141.
Zabala, A. (1991). Materiales curriculares. In El currículo en el centro educativo. ICEBarcelona: Horsori
Professor Edison Pires