CONTABILIDADE BÁSICA – II
CONTAS DO ATIVO
As “Contas do Ativo” representam os “Bens” e “Direitos” da sociedade empresarial. Exemplos:
Caixa, Bancos, Investimentos, Estoque de Mercadorias para revenda, Estoque de Produtos de Higiene e Limpeza, Estoque de Materiais de Escritório, Contas a Receber, Duplicatas a Receber, Clientes, Móveis e Utensílios, Máquinas e Equipamentos, Veículos, Imóveis, Depreciação Acumulada, Exaustão, Marcas e Patentes, Seguros a Vencer, entre outros.
Caixa: valores em moeda corrente, vales, cheques, notas promissórias, recibos, que a empresa mantém em suas dependências. É prudente que se mantenha em “Caixa” valores para pequenos gastos (desembolso) tais como condução, almoço de empregados, Xerox, entre outros. Manter altos valores em caixa significa correr riscos de assaltos, enchentes, incêndios, entre outros. Conforme o seu porte, a sociedade mantém um valor máximo em seus caixas e o excedente é enviado para a “Tesouraria” e ou para depósito em contas corrente bancária.
Bancos: São Instituições Financeiras, do “Mercado de Capitais” onde as empresas guardam seus valores em moeda corrente, cheques para compensação, solicitam empréstimos e financiamentos, descontam suas duplicatas emitidas quando da venda de mercadorias, produtos, prestação de serviço, a prazo.
Investimentos À Curto Prazo: Over Night, Open Market, Poupança, Letras de Câmbio (LC), Certificados de Depósito Bancário (CDB), Ouro, Moedas Estrangeiras;
Investimentos À Longo Prazo: Letras de Câmbio (LC), Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras do tesouro (títulos públicos).
Observação: O conceito de Curto Prazo ou Longo Prazo depende do porte econômico financeiro da empresa; um vendedor de canetas compra a mercadoria para revenda, vende e recebe o produto de sua venda, na maioria das vezes, no mesmo dia. Uma empresa de fabricação de navios que demora em média de oito meses a um ano para entregar o produto da sua venda, dependendo do porte do navio.
O conceito de Curto ou Longo Prazo leva em consideração a compra de mercadoria para revenda, sua venda à vista retornando o valor investido mais lucro ou venda a prazo emitindo a Duplicata a Receber, recebendo o seu valor acrescido do lucro.
Uma empresa industrial (de transformação) compra materiais diretos e indiretos, aplica a mão de obra direta e indireta, paga as despesas de manutenção da atividade, faz o levantamento do custo total de fabricação do produto, aplica o seu percentual de lucro e apura o preço de venda do mesmo; vende e retorna o valor aplicado na produção do produto, completando o seu giro (por isso é chamado de Capital de Giro). Esse raciocínio é utilizado para sabermos qual o conceito de curto e longo prazo.
Estoque de Mercadorias para Revenda: As empresas comerciais (compra e venda de mercadorias) lançam em uma conta (rubrica) o valor da Nota de Compra das Mercadorias menos o valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). Este valor será utilizado para apurarmos o Custo das Mercadorias Vendidas (CMC).
Estoque de Produtos de Higiene e Limpeza e Estoque de Materiais de escritório: Quando as diversas áreas da empresa (exemplo Marketing) requisitam esses materiais ou produtos para seu consumo os valores debitados do Estoque são apurados pelas notas de compra e são imediatamente lançados em uma Conta de Despesa (Conta de Resultado) que junto com as Contas (rubricas) Receitas e Custo serão utilizadas para a apuração do Lucro ou Prejuízo do Exercício Fiscal na Demonstração de Resultado do Exercício (DRE).
Somente após somar o lucro ou prejuízo, se houver, com o lucro ou prejuízo do exercício anterior teremos, se o resultado for positivo, Lucro o Acumulado que será lançado no Passivo do Balanço Patrimonial e depois transferido para a Conta de Reserva de Lucros no Patrimônio Líquido; se o resultado final for negativo, teremos Prejuízo Acumulado que será lançado no Patrimônio Líquido (PL) do Balanço Patrimonial.
Contas a Receber: Quando a empresa vende um Bem Imobilizado a prazo, que não se trata da atividade da empresa, sem emissão da Nota Fiscal de Venda, com a emissão de um Contrato de Venda, o valor da venda é lançado em uma conta com a rubrica “Contas a Receber”.
Duplicatas a Receber: Quando a empresa vende um Bem Imobilizado à prazo, que não se trata da atividade da empresa, com a emissão da Nota Fiscal de Venda, o valor da venda é lançado em uma conta com a rubrica “Duplicatas a Receber”.
Clientes: Quando a empresa vende Mercadorias, compradas para Revenda, a prazo, o valor da venda é lançado em uma conta com a rubrica “Clientes”.
Móveis e Utensílios: Podemos citar mesas, cadeiras, armários, cafeteira, entre outros.
Máquinas e Equipamentos: Trata-se de uma Conta do Ativo que tem um tratamento especial. Como exemplo podemos citar retro- escavadeira, guindastes, entre outras.
O Valor a ser lançado, na Conta do Ativo, é o valor da Nota Fiscal mais os desembolsos para a instalação do maquinário, se houver.
Veículos: Nesta rubrica (conta) lançamos todas as aquisições tais como: Carros, Kombi, caminhões, ônibus, entre outras. Conforme o porte (tamanho) da empresa, poderemos utilizar uma conta para cada item.
Imóveis: Nesta rubrica (conta) lançamos todas as aquisições tais como: casas, apartamentos, terrenos, armazéns, entre outros.
Depreciação Acumulada: A Secretaria da Receita Federal entende que “Maquinas e Equipamentos”, “Veículos” entre outros (Imobilizados), durante sua “Vida Útil” (período em que o equipamento tem sua produtividade a contento, com Custo de manutenção baixo), sofrem desgastes diminuindo a produtividade e aumentando os Custos com Manutenção (reposição de peças, etc.).
Para compensar o aumento desses Custos, a Secretaria da Receita Federal, emite e distribui uma tabela de percentuais para ser aplicados sobre o Valor de aquisição do maquinário e automaticamente é criada uma Conta de resultado com a rubrica “Despesa com Depreciação” cujo Valor será deduzido do Valor do Lucro Bruto para o cálculo do Lucro Líquido, base de cálculo para o Imposto de Renda a Recolher. A Depreciação Acumulada é uma Conta Redutora do Ativo.
“Exaustão”: Os recursos investidos em Exploração Minerais ou Florestais, sofrem redução durante a sua Vida Útil; os recursos minerais vão se exaurindo e as florestas vão se disseminando; cria-se, portanto, uma conta redutora do ativo, como no exemplo da depreciação.
“Amortização”: Os recursos investidos em “Ativos Intangíveis”, sofrem uma perda efetiva de seu valor, durante sua vida útil. Cria-se uma conta de amortização de cada período. Como exemplo podemos citar Marcas e Patentes, Softwares, Fundo de Comércio, entre outros. O Valor Contábil dos Estoques, em processo de produção, sofre redução da Amortização de Ativos Intangíveis.
“Seguros a Vencer”: Como exemplo podemos citar um seguro anual pago antecipadamente; trata-se de um Direito de Uso da cobertura contratada durante a vigência do seguro.
CONTAS DO PASSIVO
“Contas do Passivo” representam as “Obrigações” e “Deveres” que a sociedade mantém com “Terceiros”, alheios à sociedade, e com os “Sócios” e ou “Acionistas”. Exemplos:
Conta de Luz a Pagar, Contas de Água a Pagar, Contas de Telefones a Pagar, Internet a Pagar, Seguros a Pagar, Impostos a Pagar, Aluguel a Pagar, Salários a Pagar, Contas a Pagar, Duplicatas a Pagar, Fornecedores, Lucros Acumulados, entre outras.
Todas as Contas, com a conotação “a Pagar” (Rubricas), determinam “Contas do Passivo”, portanto, são “Obrigações” que quando pagas se transformam, de imediato, em “Despesas” (contas de resultado para a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) calcular o Lucro ou Prejuízo, se houver).
Contas a Pagar: Toda a “Compra”, a Prazo, sem a emissão de Nota fiscal (NF) e com a elaboração de “Contrato de Compra e Venda”, gera uma “Rubrica” com a conotação de “Contas a Pagar”.
Duplicatas a pagar: Toda a “Compra”, a Prazo, com a emissão de Nota fiscal (NF), não se tratando de Mercadorias para Revenda, gera uma “Rubrica” com a conotação de “Duplicatas a Pagar”.
Fornecedores: Toda a “Compra” de Mercadorias para revenda, a Prazo, com a emissão de Nota fiscal (NF), gera uma “Rubrica” com a conotação de “Fornecedores”.
Lucros Acumulados: Através da Demonstração de resultado do Exercício (DRE), calculamos o Lucro ou Prejuízo do Exercício Fiscal. Este valor é lançado na conta “Lucros”, que é uma Conta de Resultado.
Quando levamos em consideração o Lucro ou Prejuízo, também, do Exercício Anterior, se o resultado for positivo, teremos o “Lucro Acumulado”. Exemplo:
Se o resultado do ano anterior for Lucro e o resultado do ano em pauta for também Lucro, somaremos os dois resultados e teremos o “Lucro Acumulado”.
Se o resultado do ano anterior for Prejuízo e o resultado do ano em pauta for Lucro, subtrairemos do Lucro do ano em pauta o Prejuízo do ano anterior; se o resultado for “Positivo” lançaremos em “Lucros Acumulados”, Conta do Passivo. Se o resultado for negativo lançaremos na rubrica (conta) Prejuízo Acumulado que é uma Conta do Patrimônio Líquido (PL), subdivisão do Passivo.
Se os dois exercícios analisados apresentarem Prejuízos, somaremos os resultados e lançaremos na rubrica Prejuízos Acumulado.
CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
As “Contas do Patrimônio “representam os valores que a empresa deve para os “Sócios”, quando é uma “Sociedade Limitada” e ou para os “Acionistas” quando é uma “Sociedade Anônima”. Exemplos:
Capital Social, Prejuízos Acumulados, Reserva para Pagamento de 13º Salário, Reserva para Pagamento de Imposto de Renda (IR), Reserva de Contingência, Reserva para Distribuição de Lucros, Ações ou Quotas em Tesouraria (de empresas ou sociedades limitadas).
Capital Social: Quando um Indivíduo (pessoa física) resolve exercer uma atividade empresarial constitui uma Sociedade Individual; quando mais de um Indivíduo resolvem exercer uma atividade empresarial constituem uma Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada onde os Proprietários são quotistas da empresa; no caso de uma Sociedade Anônima os Proprietários são Acionistas da empresa.
Em todos os casos citados, os participantes entram com Valores em Moeda Corrente, Bens Móveis ou Imóveis ou Créditos que irão compor o Capital Inicial da sociedade constituída.
Prejuízos Acumulados: Quando da realização da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) se houver prejuízo ele será lançado na Conta (rubrica) “Prejuízos Acumulados”.
Reserva para Pagamento de 13º: Todos os anos as empresas devem pagar o Décimo Terceiro Salário a seus funcionários. Para evitar “correria” no final do ano e não ficar dependendo de empréstimos a Taxas Elevadas (sempre que houver aumento na procura por empréstimos, os bancos tendem a elevar a Taxa de Juros), as empresas organizadas e que tenham condições devem reservar mensalmente um percentual de seus lucros e registra-lo na conta “Reserva para Pagamento de 13º Salário”.
Reserva de Contingência: Toda a Atividade Empresarial está sujeita a ter prejuízos com assaltos, incêndios, enchentes, queda de raios, entre outros. Mesmo que as possíveis perdas estejam seguradas, haverá um período de espera para que a Companhia Seguradora analise o sinistro e libere os valores. A empresa que de seu lucro mensal deslocar um percentual para a “Conta reserva de Contingência” poderá atravessar esse período difícil utilizando a reserva para saldar seus compromissos.
Reserva para Distribuição de Lucros: As empresas bem administradas mantêm um percentual de seus lucros mensais em uma Conta para Distribuição de Lucros. No final do exercício fiscal os sócios ou acionistas majoritários decidiram, em Reunião de Diretoria (sociedade limitada) ou Assembleia Deliberativa (sociedade anônima), o que fazer com os lucros.
Ações ou Quotas em Tesouraria: As participações da empresa em outras sociedades através de Quotas (sociedade limitada) ou Ações (sociedade anônima) são registradas na conta “Ações ou Quotas em Tesouraria”.
CONTAS DE RESULTADO
As “Contas de Resultado” representam os valores que serão utilizados para a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que irá apurar se houve Lucro ou Prejuízo no Exercício Fiscal. Exemplos:
Receitas com Venda, Receitas de Serviços Prestados, Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), Custos dos Serviços Prestados (CSP), Despesas.
Receitas com Vendas: As Empresas Comerciais adquirem Mercadorias para Revenda e quando realizam Vendas emitem as Notas Fiscais de Vendas cujo valor será lançado na Conta “Receita com Venda”.
Receita de Serviço Prestado: As Empresas Prestadoras de Serviço quando realizam serviços a seus “Clientes” emitem Nota Fiscal de Serviço cujo valor será lançado na Conta “Receita com Prestação de Serviço”.
Custo dos Produtos Vendidos: Os Produtos Fabricados terão como Custo Total a Soma dos Custos Diretos com os Custos Indiretos de Fabricação; este Valor será lançado na Conta “Custo dos Produtos Vendidos”.
Custo das Mercadorias Vendidas:
As Mercadorias adquiridas para Revenda, através de Nota Fiscal de Compra, têm seus valores subtraídos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) cujo resultado será lançado na Conta “Custo das Mercadorias Vendidas”.
Custo dos Serviços Prestados: Os Serviços Prestados por Terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, que não fazem parte da empresa, através da emissão da Nota Fiscal de Serviços, têm seus valores subtraídos do Imposto sobre Prestação de Serviços (ISS) cujo resultado será lançado na Conta “Custo dos Serviços Prestados”.
DESPESAS
As “Despesas” representam os valores que são desembolsados para pagamento de contas de consumo e junto com as Receitas e Custos participarão da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Exemplos:
Despesa com Luz, Despesa com Água, Despesa com Telefone, Despesa com Internet, Despesa com Seguro, Despesa com Aluguel, Despesas com Impostos, Despesa com Aluguel.
Quando um Desembolso (saída de dinheiro) é utilizado para a compra de um Imobilizado (exemplo um veículo) não se trata de uma Despesa e sim de um de um Investimento em imobilizado; da mesma forma que quando o desembolso é utilizado para pagar Duplicatas a Pagar, Contas a Pagar e Fornecedores também não se trata de Despesas e sim Quitação de Obrigações por não se tratar de Contas de Consumo.
RAZÃO OU RAZONETES
Em Contabilidade “Razão” ou “Razonetes”, também conhecido como “Conta em T”, é representada pela Simbologia:
D______________C
!
Do lado esquerdo do Razão lançamos os Débitos e do lado direito os Créditos.
LIVRO DIÁRIO
No Livro Diário fazemos os lançamentos dos movimentos das Contas do Balanço Patrimonial.
Representamos os Débitos pela letra “D”, os Créditos pela letra “C”, as Contas do Ativo pela letra “A”, do Passivo pela letra “P”, do Patrimônio Líquido pelas letras “PL” e as Contas de Resultado pela letra “R”.
Primeiramente registramos se Débito ou Crédito, em seguida o nome da Conta, o Valor e finalmente se Conta de Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido ou Resultado.
Lançamos primeiro todos os Débitos por ordem crescente de Valor depois todos os Créditos por ordem crescente de Valor.
Exemplo:
A Empresa Delta Comprou, a Prazo um Veículo por R$80.000,00. Lançar no Livro Diário.
Resolução:
D – Veículos – 80.000,00 - (A)
C - Financiamento – 80.000,00 (P)
NOÇÕES DE DÉBITOS – CRÉDITOS consulta realizada:
Url: https://pt.wikipedia.org/wiki/Débito_e_crédito
Em Contabilidade não podemos confundir Débitos com Subtração ou Diminuição.
“Débitos e Créditos em Contas do Ativo”: Os Valores representativos dos Bens e Direitos adquiridos são lançados no Razão, à Débito, do lado esquerdo. Em contrapartida quando vendemos um Bem Imobilizado, uma Mercadoria de Estoque, quando sacamos um Valor do Caixa ou Banco, quando resgatamos um Investimento ou mesmo quando consumimos um Material de Escritório ou de Higiene e Limpeza, isto é estamos reduzindo o Valor de uma Conta do Ativo, lançamos este Valor à Crédito, do lado Direito do Razão.
“Débitos e Créditos em Contas do Passivo”: Os valores representativos das Obrigações e Deveres assumidos com Terceiros são lançados no Razão, à Crédito, do lado Direito do Razão. Em contrapartida quando quitamos uma Obrigação ou cumprimos um Dever, isto é, estamos reduzindo o Valor de uma Conta do Passivo, lançamos este Valor à Débito, do lado Esquerdo do Razão.
“Débitos e Créditos em Contas do Patrimônio Líquido (PL)”: Os Valores representativos das Obrigações e Deveres assumidos com Sócios e ou Acionistas são lançados no Razão, à Crédito, do lado Direito do Razão.
Em contrapartida quando quitamos uma Obrigação ou cumprimos um Dever para com os Sócios ou Acionistas, isto é, estamos reduzindo o Valor de uma Conta do Patrimônio Líquido, lançamos este Valor à Débito, do lado Esquerdo do Razão.
“Débitos e Créditos em Contas de Resultado”
Receitas: Os Valores representativos das Receitas auferidas são lançados no Razão, à Crédito, do lado Direito do Razão. As Receitas são sempre Credoras; não existe Receitas Devedoras; quando zeramos a Conta Receita para lançarmos o seu Valor no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), faremos o lançamento do Valor, à Débito, do lado Esquerdo do Razão.
Custos: Os Valores representativos dos Custos arcados são lançados no Razão, à Débito, do lado Esquerdo do Razão. Os Custos são sempre Devedores; não existe Custos Credores; quando zeramos a Conta Custo para lançarmos o seu Valor no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), faremos o lançamento do Valor, à Crédito, do lado Direito do Razão.
Despesas: Os Valores representativos das Despesas assumidas são lançados no Razão, à Débito, do lado Esquerdo do Razão. As Despesas são sempre Devedoras; não existe Despesas Credoras; quando zeramos a Conta Despesa para lançarmos o seu Valor no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), faremos o lançamento do Valor, à Crédito, do lado Direito do Razão.
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
As Sociedades Comerciais, que realizam Compras de Mercadorias para Revenda mantém uma Planilha de Estoque onde lançam as Compras e Vendas realizadas, apurando o Saldo de Estoque. O Lançamento é feito, na Compra, pelo Valor da Nota Fiscal menos o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS).
Quando houver Venda, a Mercadoria será dado baixa no Estoque pelo Valor de seu Custo. Estudaremos 03 Métodos de Custo das Mercadorias Vendidas:
Método “PEPS” – Primeiro que entra, primeiro que sai.
Exercício: A empresa “Beta” realizou, durante o mês as seguintes operações: - Estoque Inicial (EI) com 500 televisores a R$500,00 a unidade; - Compra (C) de 1000 televisores por R$500,00 a unidade; - Compra (C) de 600 televisores por R$600,00 a unidade; - Compra (C) de 2000 televisores por R$400,00 a unidade;
Venda (V) de 2500 unidades a R$1.000,00 cada.
Resolução: Neste Método, começamos com a quantidade do Estoque Inicial, se houver, no exercício em pauta 500 unidades a R$500,00 cada. Em seguida utilizamos o Estoque da primeira Compra (1000 unidades a R$500,00 cada) e assim na sequência até atingir o total da Venda 2500 unidades.
500 unidades x R$500,00 = R$ 250.000,00
1000 unidades x R$500,00 = R$ 500.000,00
600 unidades x R$600,00 = R$ 360.000,00
400 unidades x R$400,00 = R$ 160.000,00
2500 unidades vendidas a um Custo de R$1.270.000,00 (PEPS)
O Estoque Final será a Soma do Estoque Inicial (EI), se houver, com as Compras (C) e menos as Vendas (V), portanto:
EF = EI + C – V
EF =500 + (1000 + 600 + 2000) – 2500
EF = 500 + 3600 – 2500
EF = 4100 – 2500 > EF = 1600
Observação: No Estoque Final ficaram 1600 televisores a R$400,00; total R$640.000,00.
A Receita com Venda de Mercadorias (RCM) = 2500 x 1.000,00
RCM = R$2.500,00
O Lucro Bruto (LB), pelo Método “PEPS”:
LB = RCM – CMV
LB = 2.500.000,00 – 1.270.000,00
LB = R$1.230.000,00
Método UEPS – Último que Entra, primeiro que sai.
Exercício: A empresa “Beta” realizou, durante o mês as seguintes operações: - Estoque Inicial (EI) com 500 televisores a R$500,00 a unidade; - Compra (C) de 1000 televisores por R$500,00 a unidade; - Compra (C) de 600 televisores por R$600,00 a unidade; - Compra (C) de 2000 televisores por R$400,00 a unidade;
Venda (V) de 2500 unidades a R$1.000,00 cada.
Resolução: Neste Método, começamos com a Última Compra, no exercício em pauta 2000 unidades a R$400,00 cada. Em seguida utilizamos a Penúltima compra, no exercício em pauta 500 unidades a R$600,00 cada, para completarmos 2500 unidades Vendidas.
2000 unidades x 400,00 = 800.000,00
500 unidades x 600,00 = R$ 300.000,00
2500 unidades vendidas a um Custo de R$1.100.000,00 (UEPS)
O Estoque Final será a Soma do Estoque Inicial (EI), se houver, com as Compras (C) e menos as Vendas (V), portanto:
EF = EI + C – V EF = 500 + (1000 + 600 + 2000) – 2500
EF = 500 + 3600 – 2500 = 4100 – 2500
EF = 1600
Observação: No Estoque Final ficaram 1600 televisores:
100 a 600,00 = 60.000,00 (penúltima compra)
1000 a 500,00 = 500.000,00 (primeira compra)
500 a 500,00 = 250.000,00 (estoque Inicial).
1600 a um Custo Total de R$810.000,00 (UEPS)
A quantidade de Mercadorias é a mesma, independentemente do Método.
A Receita com Venda de Mercadorias (RCM) = 2500 x 1.000,00
RCM =R$2.500.000,00
O Lucro Bruto (LB), pelo Método “UEPS”;
LB = RCM – CMV= R$2.500.000,00 – R$1.100.000,00
LB = R$1.400.000,00
Método da Média Ponderada – Consiste em Calcular o Preço Médio Ponderado de todo o Estoque.
Exercício: A empresa “Beta” realizou, durante o mês as seguintes operações: - Estoque Inicial (EI) com 500 televisores a R$500,00 a unidade; - Compra (C) de 1000 televisores por R$500,00 a unidade; - Compra (C) de 600 televisores por R$600,00 a unidade; - Compra (C) de 2000 televisores por R$400,00 a unidade;
- Venda (V) de 2500 unidades a R$1.000,00 cada.
Resolução: Consiste em multiplicar a quantidade de Mercadorias do Estoque Inicial pelo seu Valor Unitário e o Resultado Adicionar com a Soma das quantidades das Mercadorias Compradas Multiplicadas pelos Preços Unitários. Do Resultado Parcial obtido Subtrair a Soma das quantidades Vendidas pelos Preços Unitários.
Teremos o Valor de “Custo” do Estoque Total (CT); para calcularmos o Custo Unitário (Cu) de cada Mercadoria, dividimos o Custo Total (CT) pela Quantidade de Mercadoria Estocada (QE):
Cu = CT: Q
Para Calcularmos o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), pelo Método da Média Ponderada (MP) multiplicamos a Quantidade Vendida (QV) pelo Custo Unitário e somamos os resultados:
CMV = Q x Cu
Resolução:
Custo Total do Estoque: 500 x 500,00 = R$250.000,00;
1000 x 500,00 = R$500.000,00;
600 x 600,00 = R$360.000,00
2000 x R$400,00 = R$800.000,00.
4100 Mercadorias a um Custo Total de R$1.910.000,00 (Custo Total do Estoque);
Custo Unitário = Custo Total do Estoque dividido pela Quantidade de Estoque
Cu = CTE: QE;
Cu = R$1.910.000,00: 4100;
Cu = R$465,85
Custo das Mercadorias Vendidas = Quantidade Vendida x Custo Unitário;
CMV = QV x Cu;
CMV = 2500 x 465,85;
CMV = R$1.164.625,00;
2500 unidades vendidas a um Custo de R$1.164.625,00 (MP)
O Estoque Final será a Soma do Estoque Inicial (EI), se houver, com as Compras (C) e menos as Vendas (V), portanto:
EF = EI + C – V
EF = 500 + (1000 + 600 + 2000) – 2500;
EF = 500 + 3600 – 2500 = 4100 – 2500;
EF = 1600
Observação: No Estoque Final ficaram 1600 televisores:
Custo Total do Estoque Final = Quantidade do Estoque Final x Custo Unitário CTEF = QEF x Cu CTEF
CTEF = 1600 x 465,85
CTEF = R$745.360,00
1600 a um Custo Total de R$745.360,00 (MP);
A quantidade de Mercadorias é a mesma, independentemente do Método
A Receita com Venda de Mercadorias (RCM)
RCM = 2500 x R$1.000,00
RCM = R$2.500.000,00.
O Lucro Bruto (LB), pelo Método Média Ponderada (MP)
LB = RCM – CMV;
LB = R$2.500.000,00 – R$1.164.625,00;
LB = R$1.335.375,00
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)
A Contabilidade usa deste recurso para apurar o Lucro ou Prejuízo do Exercício Fiscal (geralmente refere-se ao período de primeiro de janeiro a trinta e um de dezembro), se houver.
São utilizadas, para a apuração do Resultado, as Contas de Resultado referentes às Receitas, Custos e as Despesas.
Lucro Bruto: A Soma de todas as Receitas com Vendas mais a soma de todas as Receitas com Prestação de Serviços terá como Resultado a Receita Total do Exercício Fiscal. A Soma dos Custos das Mercadorias Vendidas (CMV) mais a Soma dos Custos dos Serviços Realizados terá como Resultado os Custos Totais do Exercício Fiscal.
A Receita Total menos o Custo Total terá como Resultado o Lucro Bruto.
Do Valor do Lucro Bruto será Somado Juros Ativos, que são juros e multas cobrados dos Clientes por pagamento de Duplicatas com atraso, e Subtraídos os Juros Passivos, que são juros e multas que a Empresa assume perante os Fornecedores por pagamento de Duplicatas com atraso. Chegaremos desta forma ao Lucro Bruto Total.
Lucro Líquido antes do Imposto de Renda: O Valor da Soma das Despesas do Exercício Fiscal, Despesas necessárias para manter a Atividade da Empresa, Valor este Diminuído do Valor do Lucro Bruto Total terá como resultado o Lucro Líquido antes do Imposto de Renda (LLAIR).
Este Valor é a Base de Cálculo para ser aplicada a Alíquota (percentual) de IR para se obter o Valor do IR a Recolher, conta do Passivo, a ser lançado, à Crédito, do lado Direito do Razão.
Quando do recolhimento (pagamento) do Imposto de Renda Devido este Valor será deduzido do LLAIR obtendo-se o Lucro Líquido do Exercício Fiscal (conta de resultado). Se o Resultado for Negativo teremos o Prejuízo do Exercício Fiscal (conta de resultado).
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE).
I - Receita Operacional Bruta
I.1- Receita com Venda de Produtos
I.2 - Receita com Venda de Mercadorias
I.3 - Receita com Prestação de Serviços
II - (-) – Deduções da Receita Bruta Operacional
II.1 - Devoluções de Vendas
II.2 - Abatimentos Concedidos
II.3 - Impostos e Contribuições que Incidiram sobre Vendas
III - (=) Receita Operacional Líquida
IV - (-) Custos
V.1 Custos dos Produtos Vendidos
IV.2 - Custo das Mercadorias Vendidas
IV.3 - Custo dos Serviços Prestados
V - (=) Resultado Operacional Bruto;
VI - (-) Despesas Operacionais
VI.1 - Despesas com Vendas
VI.2 Despesas Administrativas
VII - Despesas Financeiras Líquidas;
VII.1 - Despesas Financeiras
VII.2 - (-) Receitas Financeiras
VII.3 - Juros Passivos
VII.4 - Juros Ativos
VIII -Receitas e Despesas não Operacionais
VIII.1 - Resultado da Equivalência Patrimonial
VIII.2 - Venda de Bens e Direitos do Ativo não Circulante
VIII.3 - (-) – Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo não Circulante
IX - Resultado Operacional antes do IR e da Contribuição Social e Lucro Líquido
IX.1 - (-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro
X – Lucro Líquido antes das Participações
X.1 - (-) – Debêntures, participações de Empregados, Participações de administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
XI – (=) – Resultado Líquido do Exercício
BALANÇO PATRIMONIAL
Trata-se de Demonstração Contábil que Registra Patrimonial e Financeiramente os Bens e Direitos da Empresa, em um determinado momento, de forma Qualitativa e Quantitativa.
O Balanço Patrimonial deve classificar as Contas para retratar fielmente o Patrimônio da Empresa facilitando a Análise de sua Situação Financeira.
A LEI 6.404/76 em seu Parágrafo 1º do Artigo 176 determina que as Demonstrações deverão ser publicadas com os Valores do Exercício Fiscal analisado e os Valores do Exercício Anterior.
O Balanço Patrimonial (BP), o Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC) e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) compõe os principais instrumentos gerenciais e contábeis da sociedade empresarial.
O Balanço Patrimonial é composto das Contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, já mencionadas e explicadas anteriormente.
No agrupamento de Contas de Valores Reduzidos ou de mesma natureza nunca pode cada Conta ultrapassar 10% do Valor do Grupo de Contas.
Não se pode usar como Rubrica (conta) “Diversas Contas” ou “Contas Correntes”.
Todos os meses e no Final do Exercício Fiscal faz-se o Balancete de Verificação para conferir as Contas do Razão.
VERIFICAÇÃO E CONCILIAÇÃO DOS SALDOS CONTÁBEIS
A Contabilidade utiliza-se de informações tais como Extratos de Bancos, registros de Livros Fiscais, Folhas de Pagamento, entre outras, para confirmação dos Registros Contábeis.
Faz-se necessário, antes de elaborarmos o Balanço, ajustar e reclassificar as Contas Patrimoniais; como exemplo podemos citar o Levantamento dos Estoques.
Devemos também calcularmos a Provisão para o Imposto de Renda e para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
O Balanço Patrimonial é composto das Contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, já mencionadas e explicadas anteriormente.
Lançamos as Contas do Ativo por ordem decrescente de Liquidez e as Contas do Passivo por ordem decrescente de Exigibilidade.
No agrupamento de Contas de Valores Reduzidos ou de mesma natureza nunca pode cada Conta ultrapassar 10% do Valor do Grupo de Contas.
Não se pode usar como Rubrica (conta) “Diversas Contas” ou “Contas Correntes”.
Todos os meses e no Final do Exercício Fiscal faz-se o Balancete de Verificação para conferir as Contas do Razão.
EXEMPLO DE UM BALANÇO PATRIMONIAL
I – ATIVO
I.1 – Circulante
I.1.1 – Caixa
I.1.2 – Bancos
I.1.3 - Investimentos de Curto Prazo (Poupança, Over Night, Open Market)
I.1.4 - Estoque de Produtos ou Mercadorias para Revenda
I.1.5 - Estoque de Materiais de Escritório
I.1.6 - Estoque de Materiais de Higiene e Limpeza
I.1.7 - Contas a Receber (até 1 ano)
I.1.8 - Duplicatas a Receber (até 1 ano)
I.1.9 - Clientes
I.2 – Ativo não Circulante
I.2.1 - Realizável a Longo Prazo
I.2.1.1 – Contas a Receber (+ de 1 ano)
I.2.1.2 - Duplicatas a Receber (+ de 1 ano)
I.2.1.3 - Clientes (+ de 1 ano)
I.2.2 – Investimentos a Longo Prazo
I.2.2.1 – Letras de Câmbio (vencimento + de 1 ano)
I.2.2.2 - Certificados de Depósitos Bancário (vencimento + de 1 ano)
I.2.2.3 - Participações Societárias (em quotas e ações)
I.3 – Imobilizado
I.3.1 – Máquinas e Equipamentos
I.3.2 – Depreciação Acumulada – Conta Redutora do Ativo (-)
I.3.3 – Móveis e Utensílios
I.3.4 - Veículos
I.3.5 - Jazidas de Minérios
I.3.6 - Exploração Florestais
I.3.7 - Exaustão Acumulada – Conta Redutora (-)
I.4 – Intangíveis
I.4.1 – Fundo de Comércio
I.4.2 – Marcas e Patentes
II – PASSIVO
II.1 – Circulante
II.1.1 – Conta de Luz a Pagar
II.1.2 - Conta de Água a Pagar
II.1.3 – Conta de Telefone a Pagar
II.1.4 - Impostos a Pagar
II.1.5 - Salários a Pagar
II.1.6 - Contas a Pagar (até 1 ano)
II.1.7 - Duplicatas a Pagar (até 1 ano)
II.1.8 - Fornecedores (até 1 ano)
II.2 – Passivo não Circulantes (Exigível a Longo Prazo)
II.2.1 – Contas a Pagar (+ de 1 ano)
II.2.2 - Duplicatas a Pagar (+ de 1 ano)
II.2.3 - Fornecedores (+ de 1 ano)
III – Patrimônio Líquido
III.1 – Capital Social
III.2 - Reservas de Capital
III.2.1 – Reservas para pagamento de 13º
III.2.2 - Reservas para pagamento de IR
III.2.3 - Reservas de Contingência
III.2.4 - Reservas para Distribuição de Lucros
III.3 - Prejuízos Acumulados
III.4 - Ajustes de Avaliação Patrimonial
III.5 – Ações em Tesouraria
Entende-se como Realizável a Longo Prazo os Bens e Direitos disponíveis após um ano.
Entende-se como Investimentos a Longo Prazo inclusive Participações Societárias onde há interesse em Lucros ou em manter o Controle Acionário sobre as Empresas.
Os Lucros Acumulados, nas Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas de grande porte, devem ser decididos a sua Aplicação em Assembleia Geral Ordinária; a Conta não pode ficar Credora no Balanço.
No Balanço Patrimonial o Valor Total do Ativo é sempre igual ao Valor Total do Passivo mais o Valor Total do Patrimônio Líquido.
Método das Partidas Dobradas: O Total da Soma do Débitos será sempre igual ao Total da Soma dos Créditos.